29 de agosto de 2016

NABAL, UMA PESSOA DIFÍCIL DE CONVIVER

  “Sabedoria é o conhecimento que enxerga o coração das coisas, que as conhece como elas realmente são.” (J. Armitage Robinson)
Todos nós almejamos viver em paz. Sonhamos com um lar equilibrado e feliz, com uma igreja semelhante à de Atos 4, com uma equipe de trabalho harmoniosa, etc. Na prática sabemos que tudo dependerá das nossas próprias atitudes e daquelas das demais pessoas envolvidas. Atitudes como as de Nabal funcionam como inimigos internos, que são capazes de destruir relacionamentos, fazendo as pessoas abrirem mão dos seus sonhos, produzindo amargura e graves feridas emocionais.[1]“Gente gosta de gente, vê e quer ser visto, fala e quer escutar, escuta e quer falar, enfim, somos gregários (que vive em bando) e daí a extrema e fundamental importância dos relacionamentos”.

Um olhar detalhado na postura deste homem poderá nos levar a evitar repetir atos semelhantes e ainda poderá produzir em nós melhorias que influenciarão as pessoas que convivem conosco.

QUEM FOI NABAL
Nabal (Insensato, sem juízo) era um descendente de Calebe, que vivia em Maon por volta de 1000 a.C. Era muito rico, possuía grandes rebanhos de ovelhas (3.000) e de cabras (1.000) no Carmelo. Sua mulher, Abigail, era sensata e formosa. Nabal era um homem de difícil convivência, maligno em suas ações, inacessível, descontrolado e tolo. Cometeu a insensatez de destratar Davi e recusar-se a dar assistência a ele com seus homens. Só não foi atacado e morto devido à sábia intervenção de Abigail, que ao tomar conhecimento das intenções de Davi foi ao seu encontro fazendo-o mudar de ideia.
      Nabal morreu de forma melancólica. Após saber do risco que havia corrido, sofreu um mal súbito (talvez um infarto ou derrame) que o deixou por dez dias como uma pedra (talvez em coma). Só então faleceu. Nabal tornou-se um triste exemplo para todos nós. Seus atos servem de lição que jamais deverão ser repetidas.
    Vejamos algumas características de Nabal que se repetidas poderão impedir a construção de relacionamentos saudáveis:
1) Nabal era duro (v. 3) –  Pessoas duras também são consideradas azedas, ásperas, grosseiras, severas, brutas, nervosas, etc. Com elas as coisas se resolvem no grito, com agressividade. Produzem principalmente o medo e a revolta nas pessoas do seu convívio. Salomão sabiamente afirmou: [1]“Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos”. Quem facilmente se ira fará doidices.
2) Nabal agia com maldade (3b) – Como pessoas que geralmente vivem de má vontade contra os outros. Salomão definiu o homem mau com as seguintes palavras: [2]“Ele anda com a perversidade na boca (...) perversidade há no seu coração; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contenda”
3) Nabal era ingrato (v. 11 e 21) – Um  pessoa que não reconhecia os benefícios recebidos. A ingratidão produz uma dor insuportável no coração. Como é ruim conviver com alguém que não reconhece seus esforços. Gente que “cospe no prato que come”.
4) Nabal era incomunicável (v.17) – Ele era intratável, insociável. Abigail teve que sair e não pôde falar com o marido (v. 19). O empregado foi falar com ela porque com Nabal, o patrão, ninguém podia falar (v.14 e 17).
5) Nabal era um insensato (v.36) – Ele, sua esposa e seus bens  estavam  ameaçados e mesmo assim ele agiu com irresponsabilidade e insensatez ao organizar uma festa, sem a presença da esposa, quando ingeriu uma grande quantidade de bebida levando-o à embriaguez. Como é difícil conviver com pessoas que não conseguem enxergar as reais necessidades a sua volta. Pessoas que vivem “no mundo da lua” quando deveriam encarar os fatos e trabalhar duro para mudar as tristes realidades que estão a sua volta.

O pastor Isaltino Gomes Coelho Filho afirmou: [3] “O que torna uma família equilibrada é a presença de pessoas que sabem manter relacionamento equilibrado”. Este é um conceito que podemos aplicar em todos os relacionamentos.
   Na convivência com pessoas como Nabal, o caminho mais fácil é descartá-las. A justificativa é que elas são tomadas pela chamada síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim”. Só que nós, que cremos no poder de Deus, não podemos esquecer que o nosso Senhor é especialista em mudar corações. Conhecemos inúmeras pessoas que tiveram suas ações transformadas pelo poder de Deus. Devemos orar e agir para que as pessoas que fazem parte dos nossos relacionamentos também sejam transformadas.
   Se você sofre da síndrome de Nabal ou convive com alguém que se identifica com seus atos na prática do dia a dia, o melhor remédio será uma identificação imediata com o exemplo de Abigail. Seus métodos poderão nos ajudar no desafio de desenvolver relacionamentos saudáveis.
1) Abigail resolveu agir (v. 18) – O que você precisa fazer para restaurar um relacionamento abalado? Quais as atitudes que você deve tomar para resgatar a harmonia do seu lar? Abigail saiu do seu conforto e foi até a presença de Davi em busca de paz. Ela não perdeu tempo tentando influenciar Nabal. Ela sabia que sua felicidade dependeria de uma ação imediata, de um contato com Davi.

2) Abigail agiu com inteligência (v. 19b e 23) – o silêncio naquele momento foi uma questão de sobrevivência. A sua posição de humildade perante Davi foi uma porta aberta para a resolução do conflito. Ela não foi à presença de Davi para fazer acusações. Ela levou donativos (v.18), fez o necessário para restaurar a paz.

3) Abigail foi responsável (v. 24) -  Ela não ficou em casa esperando a morte. Também não utilizou de acusações e intrigas. Preferiu assumir responsabilidades e tentar resolver pessoalmente o conflito. Agiu antes que fosse tarde demais.  

4) Abigail foi usada por Deus (v. 26 e 32) – O próprio Davi reconheceu que Deus havia enviado Abigail. Ela foi um instrumento usado para impedir que uma tragédia acontecesse, destruindo a sua família e manchando a reputação de Davi. 

5) Abigail agiu com bom senso (v. 33,36,37) – Ela soube apreciar os fatos. Agiu no tempo certo e esperou o melhor momento para conversar com Nabal. Seu marido era um tolo, mas ela não permitiu que sua tolice a contaminasse.   Abigail viu seu esposo morrer de forma tão trágica. Mas por ter sido uma pessoa tão especial atraiu a atenção de Davi. Ela se tornou sua mulher (v. 40-42).
 PARA PENSAR E AGIR
Precisamos atentar para a forma como nos relacionamos com as pessoas que estão a nossa volta. Somos responsáveis por aquilo que construímos nos corações das pessoas. O exemplo de Nabal deve nos levar a uma boa reflexão. As pessoas que convivem conosco conseguem dialogar, expor suas ideias com liberdade? Elas têm a liberdade de falar e se necessário até discordar de nossas opiniões sobre os mais variados assuntos? São ouvidas com respeito?
   Muitas vezes queremos enxergar a vida apenas do nosso jeito. Não consideramos as boas ações que as pessoas que estão ao nosso redor estão praticando em nosso favor. Isolamo-nos. Nabal errou ao negligenciar o pedido de Davi. Ele agiu com ignorância e se não fosse Abigail pagaria com a vida por tamanha tolice.
   Nabal é o extremo que infelizmente tem se repetido em muitas comunidades e lares. A maneira mais eficaz de reverter este triste quadro é a busca diária para evidenciarmos o fruto do Espírito (Gl 5). Precisamos permitir que o Espírito Santo nos convença dos nossos equívocos para que possamos construir relacionamentos saudáveis e sejamos agentes reconciliadores como a sábia Abigail.

FONTE: personagem biblico blog

6 de julho de 2016

PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

Referência: Jeremias 3.15


INTRODUÇÃO
1. A vocação para o pastorado é a mais sublime das todas as vocações. John Jowett no seu livro “O pregador, sua vida e sua obra” diz que vocação é quando todas as outras portas estão abertas, mas você só anseia entrar pela porta do ministério. São algemas invisíveis.
2. Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes para o ministério. Chamou Jeremias no ventre da mãe. Chamou Isaías num momento de crise nacional. Chamou Pedro depois de casado. Chamou Paulo quando este perseguia a igreja.
3. O texto em apreço nos fala que Deus é quem dá pastores à igreja. O pastor não é um voluntário, mas um chamado. O seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, é celestial. Sua motivação não está em vantagens humanas, mas em cumprir o propósito divino.
4. Vejamos algumas lições desse texto:
I. É DEUS QUEM DÁ PASTORES À SUA IGREJA – V. 15
1. A escolha divina não é fundamentada no mérito, mas na graça
• Jeremias era uma criança quando foi chamado. Ele não sabia falar. Foi Deus quem colocou sua Palavra em sua boca. Jonas era um homem que tinha dificuldade em perdoar os inimigos, e Deus o chamou e o enviou a fazer a sua obra, mas contra sua vontade. Paulo se considerava o o menor dos apóstolos, o menor dos santos, o maior dos pecadores, mas Deus o colocou no lugar de maior honra na história da igreja.
• Nossa escolha para o serviço e para a salvação não é fundamentada em méritos, mas na graça.
2. É Deus quem coloca os membros no corpo, como lhe apraz
• Todos os salvos têm dons e ministérios no corpo, mas nem todos são chamados para serem pastores. Não somos nós quem decidimos, mas Deus. Quem é chamado para este sublime mister não poder orgulhar-se, porque nada temos que não tenhamos recebido.
II. DEUS DÁ PASTORES À SUA IGREJA – V. 15
1. Deus não apenas chama, mas especifica a missão
• O que é um pastor? O que significa pastorear?
a) Pastorear é alimentar o rebanho de Deus com a Palavra de Deus – Não nos cabe prover o alimento, mas oferecer o alimento. O alimento é a Palavra. Reter a Palavra ao povo de Deus é um grave pecado.
b) Pastorear é proteger o rebanho de Deus dos lobos vorazes – Jesus alertou para o fato do inimigo introduzir os filhos do maligno no meio do seu povo, se a igreja estiver dormindo. Paulo alertou para o fato dos pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho.
c) Pastorear é gostar do cheiro de ovelha – A missão do pastor é apascentar. O pastor é alguém que convive com ovelha. Está perto. Leva para os pastos verdes as famintas, às águas tranquilas as sedentas, atravessa os vales escuros dando segurança à ovelha, que está insegura carrega a fraca no colo, resgata a que caiu no abismo, disciplina aquela que põe em risco a vida do rebanho.
III. DEUS DÁ PASTORES SEGUNDO O SEU CORAÇÃO – V. 15
1. Deus dá pastores à igreja segundo o seu coração
a) Qual é o perfil de um pastor segundo o coração de Deus:
1) É um pastor que temconsciência de que Deus o chamou não governar o povo com rigor, mas para cuidar do seu povo;
2) É um pastor que cuida da sua própria vida, antes de cuidar do povo de Deus. Ele prega a si mesmo, antes de pregar ao povo. Sua vida é o seu mais eloquente sermão.
3) É um pastor que é exemplo vida, piedade para o seu próprio rebanho. Ele nada considera a vida preciosa para si mesmo para velar pelo rebanho. Ele dá a sua vida pelo rebanho.
4) É um pastor que pastoreia TODO o rebanho: as ovelhas dóceis e as indóceis.
5) É um pastor que compreende que a igreja é de Deus e não dele. Deus nunca nos passou procuração para sermos donos do rebanho. A igreja é de Deus.
6) É um pastor que compreende que a igreja custou muito caro para Deus, o sangue do seu Filho. A igreja é a Noiva do Filho de Deus. A igreja é a Menina dos Olhos de Deus. Ele tem zelo pela igreja.
IV. A EXCELÊNCIA COM QUE O PASTOR DEVE EXERCER O SEU PASTORADO – V. 15
1. O pastor deve apascentar o rebanho de Deus com conhecimento 
• O pastor é um estudioso. Ele deve ser um erudito. Ele precisa conhecer a Palavra, alimentar-se da Palavra e pregar a Palavra.
• Paulo diz que deve ser considerado digno de redobrados honorários aqueles que se afadigam na Palavra. Precisamos estudar até à exaustão.
• Precisamos cavar e oferecer ao povo de Deus as insondáveis riquezas de Cristo. Somos mordomos: precisamos oferecer um cardácio apetitoso, balanceado.
• As cátedras seculares envergonham os púlpitos. Precisamos nos apresentar como obreiros aprovados. Precisamos realizar o ministério com um padrão de excelência.
2. O pastor deve apascentar o rebanho de Deus com inteligência
• Inteligência significa com sabedoria, com sensibilidade. Sabedoria é usar o conhecimento para os melhores fins. Precisamos tratar as ovelhas de Deus com ternura. Paulo diz que o pastor é como um Pai e também como uma Mãe.
• O pastor chora com os que choram e festeja com os que estão alegres.
• O pastor é trata cada ovelha de acordo com sua necessidade, com seu temperamento, com seu jeito peculiar de ser. Ele é dócil com as crianças como Jesus que as pegou no colo. Ele trata os da sua idade como irmãos e aos mais velhos como a pais.
• Uma coisa é amar a pregação, outra coisa é amar as pessoas para quem pregamos.
CONCLUSÃO
Que você continue sendo um pastor segundo o coração de Deus, que apascenta o rebanho de Deus com conhecimento e inteligência. Amém!
Rev. Hernandes Dias Lopes

14 de abril de 2016

REFLEXÕES DIÁRIAS



Ao estudar a Palavra de Deus agora cedo olha o que descobri:

" Porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos?

Pois quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", não estão sendo mundanos?

Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um.

Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer; I Coríntios 3:3-6

Aí me fiz a seguinte indagação: Porque tudo isso acontece?

Será que não estamos sendo imaturos na nossa Vida Cristã, egoístas ao ponto de pedir a Deus que nos mande líderes segundo as nossas vontades como Saul e não fazemos é cumprimos o que Deus tem determinado para o crescimento na sua Obra?

Nem Paulo, nem Apolo poderia mudar o curso dos propósitos de Deus, mas o Próprio Senhor é quem daria o crescimento mediante a nossa determinação em fazer o nosso melhor! 

Deus abençoe o dia de todos vocês e que a Obra do Senhor esteja sempre em primeiro Lugar.

8 de abril de 2016

COMPREENDENDO A MORDOMIA


Se tudo o que somos e temos pertence a Deus, então devemos viver como bons mordomos, administrando bem o que é do Senhor. O Dicionário Aurélio define “mordomo” como sendo “o serviçal encarregado da administração duma casa”. É alguém que cuida do que não é seu. Jesus usou o conceito de mordomia, aplicando-o a nós:

“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo em dia que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis.” (Lucas 12.42-46)

PRATICANDO A BOA MORDOMIA

Embora nesta parábola Jesus estivesse se referindo principalmente a coisas espirituais, Ele não deixou de incluir o aspecto natural e financeiro, uma vez que os nossos bens também são d’Ele. Prestaremos contas do que fizermos com o que Ele nos deu. A nossa vida, família, casa, e bens são do Senhor, e devemos administrar tudo isto como algo que Ele nos confiou.
Uma parte do nosso dinheiro volta a Deus na forma de contribuições, mas o restante não deixa de pertencer d’Ele e deve ser usado da maneira correta, bem administrado. Este é um princípio que deve ser entendido e vivido, antes mesmo da contribuição, que é só um pequeno aspecto da mordomia. Ao lermos a Parábola dos Talentos (Mt 25.14-30), encontramos este conceito de mordomia, que se aplica a todas as áreas das nossas vidas, inclusive a financeira.
Honrar ao Senhor com os nossos bens inclui a boa mordomia. Deus nos confia o que é d’Ele e ainda nos dá a liberdade de usufruirmos o que nos foi confiado:

“E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha.” (Lucas 19.13)

No entanto, o fato de Ele nos deixar a escolha e a decisão do que faremos com o que Ele nos concede não significa que não haja uma forma correta de administrarmos o que é d’Ele.

O QUE DEUS ESPERA DE SEUS MORDOMOS?

O ensino de Jesus reflete princípios claros. Ele mostrou que Ele esperava a fidelidade da parte dos Seus mordomos:
“Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito.” (Lucas 16.10)

Observe que Jesus não Se refere apenas à honestidade, mas também à fidelidade. Isto significa que o bom mordomo não é só o que não rouba ou lesa o seu senhor, mas também o que se mantém no propósito que lhe foi confiado. É mais do que lealdade e confiança! É dedicação ao que foi combinado! Deus espera mais de nós do que simplesmente boa vontade e sinceridade! Ele espera que sigamos as instruções que Ele nos deu e o propósito revelado em Sua Palavra!

“Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” (1 Coríntios 4.2)
A única forma de sermos fiéis ao Senhor como mordomos é entendendo o que Ele espera de nós, e isto está registrado em Sua Palavra. A mordomia não envolve somente a administração correta dos nossos bens, mas também dos dons e ministérios que o Senhor confiou a cada um de nós:

“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro 4.10)

Porém, a nossa relação com o nosso dinheiro e bens materiais é um excelente termômetro da atitude do nosso coração com relação à mordomia de forma geral.

A PRESTAÇÃO DE CONTAS

Cristo também nos ensinou que a mordomia é um cuidado temporário do que pertence a uma outra pessoa e que o verdadeiro dono exigirá uma prestação de contas da administração depois.

“E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” (Lucas 16.1,2)

Temos exemplos bíblicos de uma boa mordomia sendo louvada e também de uma má mordomia sendo punida. Ninguém pode fugir da prestação de contas. Vemos isto nos exemplos que Jesus deu na Parábola das Dez Minas e na Parábola dos Talentos:

“E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.” (Lucas 19.15)

“E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.” (Mateus 25.19)

Esta é uma ênfase encontrada em toda a Bíblia. Na Carta aos Hebreus, fica evidente que a prestação de contas é para todos, e que nada passará despercebido aos olhos de Deus:

“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hebreus 4.13)

SEGUNDO A CAPACIDADE DE CADA UM

Alguns ficam com medo da prestação de contas, como se não fossem capazes de lidar com o que Deus lhes confiou, mas há um princípio inquestionável na mordomia instituída por Deus: Ele, em Sua sabedoria e justiça, nunca pedirá a ninguém para fazer alguma coisa que não consiga fazer.
Ele nunca trata conosco da mesma maneira com que Ele trata com outros, como que lidando por atacado. Ele conhece as nossas limitações e também a nossa capacidade. Ele sabe que não somos iguais uns aos outros e que uma soma de fatores coloca a cada um de nós em posições bem diferentes diante d’Ele.

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” (Mateus 25.14,15)

O conselho divino dado a Faraó, por uma palavra de sabedoria pela boca de José, foi que era necessário alguém capaz, para assumir a mordomia da colheita dos sete anos de prosperidade que estavam por vir:

“Portanto, Faraó se proveja agora de um varão inteligente e sábio e o ponha sobre a terra do Egito.” (Gênesis 41.33)

De modo semelhante, Deus, que inspirou esta palavra dada por José, escolhe pessoas de capacidade para darem conta do que Ele lhes confiará. Primeiramente, Deus nos dá a capacidade, e depois Ele nos confia algo. Mesmo assim, Ele jamais nos deixa entregues à nossa própria capacidade, mas Ele mesmo Se incumbe de nos capacitar ainda mais para podermos fazer a Sua obra. Paulo falou disto, escrevendo aos irmãos da Igreja de Corinto:

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.” (2 Coríntios 3.4-6)

Estas palavras não retratam alguém com uma consciência de capacidade própria, mas justamente o contrário! Precisamos entender que, no que diz respeito a nossos bens e recursos materiais, Deus também nos dará a capacitação para correspondermos ao Seu propósito. Mas isto não cairá do Céu, como uma fruta madura cai de uma árvore. É preciso buscarmos isto de Deus. Este é o conselho que recebemos de Tiago:

“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1.5)

Assim como devemos buscar a sabedoria do alto mediante a oração e a fé, assim também devemos buscar o entendimento bíblico mediante o estudo e a meditação. Desta forma, alcançaremos uma boa mordomia!

(Extraído do livro “Uma Questão de Honra”, de Luciano Subirá)

COMPREENDENDO A MORDOMIA


Se tudo o que somos e temos pertence a Deus, então devemos viver como bons mordomos, administrando bem o que é do Senhor. O Dicionário Aurélio define “mordomo” como sendo “o serviçal encarregado da administração duma casa”. É alguém que cuida do que não é seu. Jesus usou o conceito de mordomia, aplicando-o a nós:
“Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo em dia que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis.” (Lucas 12.42-46)
PRATICANDO A BOA MORDOMIA
Embora nesta parábola Jesus estivesse se referindo principalmente a coisas espirituais, Ele não deixou de incluir o aspecto natural e financeiro, uma vez que os nossos bens também são d’Ele. Prestaremos contas do que fizermos com o que Ele nos deu. A nossa vida, família, casa, e bens são do Senhor, e devemos administrar tudo isto como algo que Ele nos confiou.
Uma parte do nosso dinheiro volta a Deus na forma de contribuições, mas o restante não deixa de pertencer d’Ele e deve ser usado da maneira correta, bem administrado. Este é um princípio que deve ser entendido e vivido, antes mesmo da contribuição, que é só um pequeno aspecto da mordomia. Ao lermos a Parábola dos Talentos (Mt 25.14-30), encontramos este conceito de mordomia, que se aplica a todas as áreas das nossas vidas, inclusive a financeira.
Honrar ao Senhor com os nossos bens inclui a boa mordomia. Deus nos confia o que é d’Ele e ainda nos dá a liberdade de usufruirmos o que nos foi confiado:
“E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu venha.” (Lucas 19.13)
No entanto, o fato de Ele nos deixar a escolha e a decisão do que faremos com o que Ele nos concede não significa que não haja uma forma correta de administrarmos o que é d’Ele.
O QUE DEUS ESPERA DE SEUS MORDOMOS?
O ensino de Jesus reflete princípios claros. Ele mostrou que Ele esperava a fidelidade da parte dos Seus mordomos:
“Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito.” (Lucas 16.10)
Observe que Jesus não Se refere apenas à honestidade, mas também à fidelidade. Isto significa que o bom mordomo não é só o que não rouba ou lesa o seu senhor, mas também o que se mantém no propósito que lhe foi confiado. É mais do que lealdade e confiança! É dedicação ao que foi combinado! Deus espera mais de nós do que simplesmente boa vontade e sinceridade! Ele espera que sigamos as instruções que Ele nos deu e o propósito revelado em Sua Palavra!
“Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” (1 Coríntios 4.2)
A única forma de sermos fiéis ao Senhor como mordomos é entendendo o que Ele espera de nós, e isto está registrado em Sua Palavra. A mordomia não envolve somente a administração correta dos nossos bens, mas também dos dons e ministérios que o Senhor confiou a cada um de nós:
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro 4.10)
Porém, a nossa relação com o nosso dinheiro e bens materiais é um excelente termômetro da atitude do nosso coração com relação à mordomia de forma geral.
A PRESTAÇÃO DE CONTAS
Cristo também nos ensinou que a mordomia é um cuidado temporário do que pertence a uma outra pessoa e que o verdadeiro dono exigirá uma prestação de contas da administração depois.
“E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” (Lucas 16.1,2)
Temos exemplos bíblicos de uma boa mordomia sendo louvada e também de uma má mordomia sendo punida. Ninguém pode fugir da prestação de contas. Vemos isto nos exemplos que Jesus deu na Parábola das Dez Minas e na Parábola dos Talentos:
“E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando.” (Lucas 19.15)
“E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.” (Mateus 25.19)
Esta é uma ênfase encontrada em toda a Bíblia. Na Carta aos Hebreus, fica evidente que a prestação de contas é para todos, e que nada passará despercebido aos olhos de Deus:
“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hebreus 4.13)
SEGUNDO A CAPACIDADE DE CADA UM
Alguns ficam com medo da prestação de contas, como se não fossem capazes de lidar com o que Deus lhes confiou, mas há um princípio inquestionável na mordomia instituída por Deus: Ele, em Sua sabedoria e justiça, nunca pedirá a ninguém para fazer alguma coisa que não consiga fazer.
Ele nunca trata conosco da mesma maneira com que Ele trata com outros, como que lidando por atacado. Ele conhece as nossas limitações e também a nossa capacidade. Ele sabe que não somos iguais uns aos outros e que uma soma de fatores coloca a cada um de nós em posições bem diferentes diante d’Ele.
“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” (Mateus 25.14,15)
O conselho divino dado a Faraó, por uma palavra de sabedoria pela boca de José, foi que era necessário alguém capaz, para assumir a mordomia da colheita dos sete anos de prosperidade que estavam por vir:
“Portanto, Faraó se proveja agora de um varão inteligente e sábio e o ponha sobre a terra do Egito.” (Gênesis 41.33)
De modo semelhante, Deus, que inspirou esta palavra dada por José, escolhe pessoas de capacidade para darem conta do que Ele lhes confiará. Primeiramente, Deus nos dá a capacidade, e depois Ele nos confia algo. Mesmo assim, Ele jamais nos deixa entregues à nossa própria capacidade, mas Ele mesmo Se incumbe de nos capacitar ainda mais para podermos fazer a Sua obra. Paulo falou disto, escrevendo aos irmãos da Igreja de Corinto:
“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.” (2 Coríntios 3.4-6)
Estas palavras não retratam alguém com uma consciência de capacidade própria, mas justamente o contrário! Precisamos entender que, no que diz respeito a nossos bens e recursos materiais, Deus também nos dará a capacitação para correspondermos ao Seu propósito. Mas isto não cairá do Céu, como uma fruta madura cai de uma árvore. É preciso buscarmos isto de Deus. Este é o conselho que recebemos de Tiago:
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1.5)
Assim como devemos buscar a sabedoria do alto mediante a oração e a fé, assim também devemos buscar o entendimento bíblico mediante o estudo e a meditação. Desta forma, alcançaremos uma boa mordomia!
(Extraído do livro “Uma Questão de Honra”, de Luciano Subirá)