“Os líderes são os grandes responsáveis
pelo sucesso e pelo fracasso das organizações” (Eduardo Capaiolo).
“Se um líder com sua postura, com suas escolhas, com o que diz e como diz,
define a forma de operar de uma organização e com isso acumula mais e mais
poder para si mesmo, em vez de desenvolver o potencial de cada um dos
indivíduos que compõem a organização, cava sua própria sepultura”.
Liderança é o exercício de influenciar a outro. Uma definição um pouco mais
ampla e profunda seria: “Liderança é o impacto da minha biografia na biografia
de outros. Ao se relacionarem, dois seres humanos causarão sempre uma interferência
na trajetória da vida do outro. Uma grande influencia não ocorre apenas em
grandes momentos, mas principalmente a cada instante”.
Os tempos em que vivemos são diferentes. O modo de pensar do próprio mundo com
relação à liderança mudou muito. Se nós não mudarmos nossa forma de liderar,
não alcançaremos ninguém.
Relacionamento é a palavra-chave para as organizações hoje. Um líder precisa
saber disso e fazer tudo para alcançar um bom relacionamento com sua equipe
ministerial. Certa vez perguntaram a um grande conferencista sobre que
conselhos daria aqueles líderes que desejavam melhorar e rever sua postura
diante dos liderados. Sua resposta imediata foi: “Humildade”,
Pv 29.23 - "A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá
honra".
Mt 11.29 - "Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas".
Mt 18.4 - "Portanto, quem se tornar
humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus".
2Co 10.1 - "Ora eu mesmo, Paulo, vos
rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente
entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco'.
Humildade é o que precisamos para voltar
aos relacionamentos saudáveis. Para voltar ao caminho proposto por Deus para
nós.
Gálatas 2: 6-10 - "Ora, daqueles que
pareciam ser alguma coisa (quais outrora tenham sido, nada me importa; Deus não
aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada
me acrescentaram; antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da
incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque aquele
que operou a favor de Pedro para o apostolado da circuncisão, operou também a
meu favor para com os gentios), e quando conheceram a graça que me fora dada,
Tiago, Cefas e João, que pareciam ser as colunas, deram a mim e a Barnabé as
destras de comunhão, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres; o que também procurei
fazer com diligência".
Esta palavra nos mostra a importância da
mutualidade nos relacionamentos e a aceitação da diferença de visões e idéias
propostas para um único fim. É sair da “Síndrome do umbigo” ou seja, parar de
olhar somente para sí mesmo.
1Co 12: 14-27 - "Porque também o corpo
não é um membro, mas muitos.
Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixará de
ser do corpo.
E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso
deixará de ser do corpo.
Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde
estaria o olfato?
Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo.
E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça
aos pés: Não tenho necessidade de vós.
Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários;
e os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos
com muito mais honra; e os que em nós não são decorosos têm muito mais decoro, ao passo que os decorosos não têm necessidade disso. Mas Deus assim formou o
corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão
no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros.
De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um
membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros".
Estas palavras foram dirigidas a uma igreja
fragmentada, onde cada um escolhia um grupo onde estar e não se importava com
mais ninguém. O segredo está em entender acima de tudo e em primeiro lugar que
alguns no corpo vão sofrer e outros vão ser honrados, estamos preparados para
isso? Ou por inveja e ciúmes nos fechamos, porque queremos líderes conforme o
nosso padrão de julgamento! Mas Deus também usa os que sofrem, tanto quanto os
que são honrados. O problema é que não preparamos líderes e não deixamos eles
serem preparados, o resultado é que estamos atirando em nosso próprio pé.
Dentro desta idéia de relacionamentos para o crescimento ministerial, quais
princípios ajudariam um líder a tornar sua liderança mais influente?
1) Um líder equilibrado não centraliza
poder
1Co 3:10 - "Segundo a graça de Deus
que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica
sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele"
Um líder equilibrado serve ao Senhor,
reconhece o serviço alheio e não se põe acima dos demais. Paulo não tinha uma
visão exclusivista. Nós também não podemos ter.
2) Um líder equilibrado entende que
discordar não é se opor
Gl 2: 9-12 - "e quando conheceram a
graça que me fora dada, Tiago, Cefas e João, que pareciam ser as colunas, deram
a mim e a Barnabé as destras de comunhão, para que nós fôssemos aos gentios, e
eles à circuncisão; recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres; o
que também procurei fazer com diligência.
Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe na cara, porque era
repreensível.
Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas
quando eles chegaram, se foi retirando e se apartava deles, temendo os que eram
da circuncisão".
2Pd 3:15,16 - "e tende por salvação a
longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos
escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as
suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem
também com as outras Escrituras, para sua própria perdição".
3) Um líder equilibrado sabe perdoar
Cl 3:12 - "Revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade"...
Tito 3:2 - "que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados,
mostrando toda a mansidão para com todos os homens"
1Pd 2:23 - "sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava,
mas entregava-se àquele que julga justamente".
Sabe perdoar, não depois quando reflete e
entende que cometeu algum erro ou que deveria ter ignorado a ofensa. Ele é
capaz de perdoar no momento em que está sofrendo a ofensa. Isso se chama
“Domínio próprio”. Não há em nenhum lugar na Bíblia a mera possibilidade de que
devemos responder as pessoas, a altura da ofensa. A rispidez, a estupidez, a
agressividade, a cobrança exasperada ou a agressividade não deve ser uma
postura de um servo de Deus, sob nenhuma circunstância.
4) Um líder equilibrado abre espaços para
uma nova geração
- Sabe repartir a liderança
- Sabe dar espaço a outros
Infelizmente vemos que: “A igreja é formada
pelo único exército do mundo que atira nos seus próprios soldados”.
ASPECTOS IMPORTANTES DA COMUNHÃO
Ef 2: 19-22 - “Portanto, vocês já não são
estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família
de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo
Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce
para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo
edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito”.
Que a vida cristã exige relacionamentos por sua natureza, e que muitas vezes
esses relacionamentos são difíceis, isso nós já sabemos e experimentamos. O que
se ignora totalmente, e se não fora assim, os relacionamentos cristãos seriam
bem diferentes, é que os relacionamentos são de muita importância para o nosso
serviço a Deus.
Certos princípios biblicos só ocorrem plenamente onde há relacionamentos. Por
isso dedicar tempo a relacionamentos é importante para a saúde do nosso
ministério .
Hb 10: 24,25 - "e consideremo-nos uns
aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a
nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia"
A relação entre crescimento e comunhão é
obvia quando entendemos duas coisas importantes:
Primeiro: nossa verdadeira natureza como pessoas humanas.
Segundo: como nosso crescimento pessoal está interligado com o dos outros.
G.Ernest Wrigth, erudito do Antigo
Testamento disse que: “Segundo o AT, a maior maldição que pode recair sobre o
homem é estar sozinho”.
Vamos ver alguns aspectos:
1. A comunhão afirma a nossa identidade
Em nossa cultura ocidental existe a idéia que a nossa identidade fica perdida
quando nos tornamos parte de um grupo. Mais o oposto é que é verdadeiro. Israel
como povo tinha uma identidade única, e mesmo disperso, nunca perdeu essa
identidade. Podemos ter diferentes formas de fazer as coisas certas. Podemos
estar até em lugares diferentes, mas fazer parte de um grupo específico nos dá
uma mesma identidade.
Nós temos uma identidade Apostólica e Profética que poucos tem. Se não
firmarmos essa identidade, ficamos isolados de outros, ou porque não nos
encaixamos ou porque não nos aceitam. O isolamento é inevitável, devemos
entender que outros tem o que precisamos e temos o que os outros precisam.
2. A comunhão provê conhecimento
Na Bíblia, o crescimento espiritual significa crescer em nossa capacidade de
viver em harmonia com os outros. Quase todas as obras da carne, têm a ver com a
discórdia: ódio, ciúmes, ira, inimizades, dissensões, facções (Gl 5:
19-21).
Enquanto o fruto do Espírito encoraja relacionamentos harmoniosos: Paciência,
longanimidade, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão (Gl 5: 22,23).
Os frutos e os dons exigem a presença de pelo menos mais um ser humano para
serem exercidos.
O conhecimento das questões espirituais não é obtido em isolamento, antes é
obtido na interação com outros.
Ef 3: 17 – 19 - "que Cristo habite
pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em
amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que
excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de
Deus ".
Quando cada um de nós contribui com a nossa
parte para o relacionamento do grupo, chegamos a uma maior compreensão das
questões espirituais que ajudam a nutrir mais conhecimento e crescimento.
Como aprendemos:
• Com os dons que eu tenho e o outro tem
• Com as experiências do outro
• Observando a vida do outro: como interage, como age com os filhos, como trata
a esposa, como maneja o dinheiro, etc...
Podemos aprender e crescer com as experiências e perspectivas uns dos outros.
Ver a verdade exemplificada em outra vida pode ser mais poderoso do que
simplesmente conhecê-la intelectualmente.
“Sou estimulado pelo que os outros estão fazendo. Mas será que o que eu estou
fazendo está estimulando alguém ou ninguém está vendo?”
3. A Comunhão provê crescimento
Em Efésios 4, Paulo deixa bem claro a
importância dos relacionamentos para o crescimento do corpo. "Ef 4.7 - Mas
a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo".
Cada um de nós. "Ef 4.12 - tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo". A
edificação do Corpo de Cristo é o resultado do ministério de todos os crentes
" (Ef 4.15) antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo.
Ef 4.16 - "do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de
todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu
crescimento para edificação de si mesmo em amor".
No tempo do Antigo Testamento os
construtores usavam o processo de ralar uma pedra na outra para ajustá-las para
que se encaixassem.
Cl 2.19 - "e não retendo a Cabeça, da qual todo o corpo, provido e
organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo com o aumento concedido por
Deus".
– podemos dizer que o nosso crescimento ajustado requer até mesmo tirar as
asperezas.
4. A comunhão da força
Ec 4:12 - "E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa".
Somos mais valentes quando estamos
acompanhados e somos medrosos quando estamos desacompanhados. Estar acompanhado
me ajuda a ter mais valentia para arriscar. Quem está sozinho arrisca menos.
5. A comunhão provê prestação de contas
Hb 3:13 - "antes exortai-vos uns aos
outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós
se endureça pelo engano do pecado ".
O pecado exige o homem a sós. Quanto mais
isolada a pessoa estiver, mais destrutivo será o poder do pecado sobre ela. A
santidade solitária é desconhecida no Novo Testamento. O problema é que a falta
de prestação de contas leva a outro mal que encontro na igreja hoje, a falta de
administração. Alguns pastores não administram o mínimo por isso não alcançam o
máximo. Uma má administração gera outro problema: a desobediência. Se você não
administrar bem as finanças, Deus não será responsável em te dar muito, pois
Deus não tenta ninguém. Administre bem as finanças e você verá a abundância de
Deus sobre o seu ministério.
ESFORÇANDO-NOS PARA OS RELACIONAMENTOS
Rm 15:7 - "Portanto recebei-vos uns
aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus".
1Jo 3:16 - "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e
nós devemos dar a vida pelos irmãos".
Tempo e recursos são esforços que devemos
fazer em favor dos relacionamentos ministeriais para a benção do corpo, para a
saúde do corpo. Não podemos culpar outros porque não fazemos o que temos que
fazer. Viver juntos seria muito mais fácil se cada um cumprisse sua
responsabilidade crucial.
Que mais podemos fazer:
1- Buscar a imagem de Deus em nós
Gn 2.18 - "Disse mais o Senhor Deus:
Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja
idônea".
A declaração de que não é bom que o homem
esteja só, está relacionada com o crescimento cristão, tanto quanto qualquer
outra parte da vida humana. O remédio de Deus para a solidão do primeiro Adão
foi criar outro ser humano. Mesmo que focalize o relacionamento conjugal entre
o homem e a mulher, este versículo também afirma a verdade a respeito dos seres
humanos. Nossa natureza comunitária é também evidente no fato de termos sido
criados à imagem de Deus (Gn 1:26-27).
Deus é um ser social, envolvido em seu ser único, três pessoas comungam.
2- Amar uns aos outros
1Jo 3.16 - "Nisto conhecemos o amor:
que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos".
Fazemos isso dando nossa vida pelo
relacionamento que temos no Senhor. Alguns de nós não estamos fazendo nenhum
esforço pelo tempo de comunhão que temos. Há tempos que não temos que fazer
muito esforço pela unidade, mas, há outros tempos que temos que nos sacrificar.
Esse é o tempo, pelo bem do povo e pelo bem da obra do Senhor.
Publicado com autorização
do autor
CMC Brasil
Cruzada Missionária Continental